Prof Neil Piller fala sobre linfedema

NFL-Norsk lymfødemforening
O Prof Neil Piller é um linfologista australiano que neste momento está na Noruega e que tem como um dos objetivos estabilizar o grupo de doentes com linfedema daquele país e, se possível, também em toda a Escandinávia. Na opinião  do Prof Neil Piller  estão reunidas as condições para o objectivo a que se propõe, não só porque há profissionais nas várias áreas envolvidas mas sobretudo porque há doente e esta parceria entre doentes e profissionais de saúde é essencial para os resultados finais, não só dos atuais doentes mas dos que se hão-de ser diagnosticados com esta patologia.

Nesta entrevista, que aconteceu por altura da "Dagkonferanse om lymfødem", no passado dia 16 de junho, é referida a importância do linfedema primário e a intervenção imediata após um correto diagnóstico, sublinhando que, caso o correto diagnostico e o tratamento não sejam feitos de imediato, haverá reflexo na produtividade, na atividade e envolvimento social dos pacientes e isso é um custo para o Estado, é um custo para a Saúde. Também por este motivo é muito importante o reconhecimento de todas as formas de linfedema primário e este deve estar ao mesmo nível de interesse/reconhecimento do linfedema secundário.

Quando lhe foi colocada a questão do beneficio do exercício físico intenso e o seu reflexo nos doentes com linfedema este Prof australiano refere que toda a documentação disponível aponta para a importância do exercício físico. Mas, é muito importante saber como começar esse exercício, tem de ser calmamente, e sobretudo como terminar, ainda mais lentamente, porque depois de um exercício intenso há várias matérias a serem eliminadas e há muitas toxinas a serem libertadas através do sistema linfático (um doente linfático, tem o sistema linfático com problemas e a eliminação será muita mais lenta, por isso aconselha que esta atividade seja supervisionada por um técnico que saiba sobre sistema linfático).

O Prof Neil Piller aponta ainda para a importância da prática de Yoga, Tai-Chi, Chi-Kung realçando que o sistema linfático é muito lento, apenas 6 pulsações por minuto, e que qualquer destas actividades também são bastante lentas, logo são tudo o que o sistema linfático necessita. A necessidade de respirarmos calmamente e corretamente é uma das chaves para o melhoramento do nossa circulação linfática, logo o Tai-Chi e o Chi-Kung, são sem dúvidas duas artes milenares que nos ajudam. Está provado que, na nossa vida diária, nós não inspiramos nem expiramos corretamente e se abrirmos os nossos braços e respirarmos corretamente cinco, seis vezes por dia, ao fim de uma semana, teremos alguma visibilidade na redução da volumetria do nosso edema. No linfedema, às vezes, as coisas pequenas fazem a grande diferença.

Para terminar e como um dos  diretores da International Lymphoedema Network, Neil Piller refere a importância desta organização que já tem vários países associados e que coloca à disposição as ferramentas (documentos, experiências, etc) que têm vindo a compilar esperando que os vários países as utilizem e explorem, não sendo necessário" reinventar a roda" mas podendo fazer a diferença utilizando o que já está ao dispor.

Dado que o Verão está a chegar à Noruega (será que também está a chegar aqui, a Portugal?!) o entrevistador pede alguns conselhos para as pessoas que sofrem de linfedema e houve aqui uma chamada de atenção para o tempo de exposição ao sol. Se esteve exposto ao sol,acumulou liquido e, porque não, a seguir a essa exposição praticar um pouco de Tai-chi ou Chi-Kung, permitindo assim a libertação do fluido que foi acumulado (se conseguirmos tirar um pouco do edema do nosso corpo todos os dias (o Prof refere "uma colher de chá" de liquido) isso é o ideal, porque se o fluido permanecer no nosso organismo...será um o início de um problema exponencial.

As últimas palavras de Neil Piller, nesta entrevista, dão-nos um impulso:

"saiam, façam exercício, respirem corretamente e vivam com o vosso linfedema



entrevista do Prof Neil Piller - NFL-Norsk Lymfødemforening


Nota: este post não pretende traduzir literalmente a entrevista do Prof Neil Piller 
(o relato mais detalhado tem como objetivo
 tornar esta entrevista acessível
 a quem não teve oportunidade de aprender inglês, 
espero ter ajudado)

Apontamento: Manuela 



2 comentários:

  1. Obrigada, Manuela pela partilha! Esta entrevista é bastante interessante , visto que nos dá um visão de como podemos viver com qualidade de vida com linfedema!
    Beijinhos. Maria João

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    1. Concordo consigo, Maria João.
      Obrigada pelo comentário, sempre importante :)

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Manuela (L de linfa)