Inês Carretero Nutricionista |
O linfedema é um problema de saúde que não deve ser negligenciado, uma vez que afeta diversos doentes, especialmente com cancro de mama ou em remissão, invariavelmente com uma associação e impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e respetivas famílias. Estudos recentes remetem o linfedema secundário ao cancro de mama como um dos mais angustiantes e temidos efeitos tardios que normalmente pode ocorrer entre 1 a 5 anos ou mesmo 20 anos após o tratamento do cancro.
A nutrição assume um papel preponderante na prevenção e controlo do linfedema. Existem diversos fatores de risco modificáveis como a hidratação, o moderado consumo de proteína, a inflamação e stress oxidativo, higiene e segurança alimentar, o sedentarismo, presença de excesso de peso e obesidade, o colesterol elevado, o reduzido consumo de fibra e presença de uma dieta rica em sal, gordura e hidratos de carbono simples. Ao contrário dos fatores de risco não modificáveis como a mastectomia, a extensão da cirurgia axilar, o número de nódulos linfáticos positivos e a quimioterapia/radioterapia prescrita, a nutrição é uma ferramenta importante no sucesso do tratamento e prevenção do Linfedema.
O excesso de peso e obesidade são conhecidos como dois dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de linfedema, com uma associação positiva para recorrência e sobrevivência no cancro da mama. Acresce a hipótese de existir uma forte associação entre a redução calórica e a implementação de um regime de perda de peso com a redução do volume do linfedema dos membros superiores.
Deste modo, existem diversas recomendações nutricionais gerais para o controlo do linfedema, especialmente quando associado ao cancro da mama. Tenha especial atenção às dietas milagrosas e regimes de perda de peso desajustados, a dieta mediterrânica continua a ser o gold standard a adotar. Mantenha o seu índice de massa corporal (IMC) normoponderal (entre os 18,5-24,9kg/m2), mantenha a hidratação com água e infusões em detrimento das bebidas açucaradas, alcoólicas e produtos com cafeína naturalmente presente no chá, café e refrigerante como a cola.
Fracione ao máximo as refeições ao longo do dia e ingira pelo menos cinco porções de frutas e vegetais diariamente (na proporção de 2/3). Aumente o consumo de alimentos integrais (pão, massas e cereais) e faça um esforço para reduzir o consumo de hidratos de carbono simples. É extraordinariamente importante diminuir o consumo de gordura, especialmente a gordura saturada, privilegiando deste modo o consumo de gordura monoinsaturadas como o azeite, óleo de amendoim amêndoas, azeitonas, abacate e gordura polinsaturada presente nos peixes gordos (salmão, sardinhas e cavala), sementes de linhaça, chia e frutos secos como as nozes, sempre em quantidades moderadas. Aumente ainda o aporte de fibra para uma média de 25-30g/dia e por último mas não menos importante limite o consumo de sal (<5g sal ou 2g de sódio), optando pela saudável substituição: ervas aromáticas, salicórnia, alho, cebola, cominhos.
Os alimentos detêm diversas propriedades terapêuticas, sendo por isso extremamente importante reconhecer e conjugar de forma moderada, equilibrada e variada, com o objetivo de potenciar ao máximo os benefícios nutricionais.
Tenha especial atenção às propriedades depurativas presentes nos alimentos como a alcachofra, o limão, a beterraba, o aipo, o gengibre, o abacaxi, o pepino, os brócolos, os mirtilos, a couve, os espinafres e as cenouras.
As propriedades anti-inflamatórias poderão ser encontradas no alho, no gengibre, no açafrão e alecrim. Encontra-se também presente nos alimentos ricos em ómega 3, vegetais de folha verde-escuros, frutos secos como as nozes, a beterraba, a cebola, o azeite e por último mas não menos importante nas bagas e frutos vermelhos.
Para promover a saúde e prevenir a doença, reforce o seu sistema imunitário através do consumo de alimentos ricos em vitamina D e vitamina C (morangos, kiwi, papaia, laranja e limão), selénio, zinco, cogumelos, iogurte, kefir, cebola, gengibre e alho.
texto de:
Inês Carretero
R.DN, R.N, M.Sc.
2182N
Nutricionista do Mama Help
Nutrição Oncológica
Referências bibliográficas:
- Patterns of Obesity and Lymph Fluid Level during the First Year of Breast Cancer Treatment: A Prospective Study, 2015.
- Nutrition Considerations in Lymphedema, The benefits of a balanced diet, 2015.
- Patterns of Obesity and Lymph Fluid Level during the First Year of Breast Cancer Treatment: A Prospective Study, 2015.
- Cancer-related lymphedema: evolving evidence for treatment and management from 2009 to 2014, 2014.
- Lymphatic vessel insufficiency in hypercholesterolemic mice alters lipoprotein levels and promotes atherogenesis, 2014.
- General Nutrition Guidelines For The Patient With Lymphedema, 2012.
- Effect of vitamins C and e on antioxidant status of breast-cancer patients undergoing chemotherapy, 2012.
- Conservative and Dietary Interventions for Cancer-Related Lymphedema, 2011.
- Randomized controlled trial comparing a low-fat diet with a weight-reduction diet in breast cancer-related lymphedema, 2007.
- Oxidative stress in chronic lymphoedema, 2001.
Informação super importante, ja tenho este problema a mas de 20 anos mas nunca ninguem me disse nada em relação a estes cuidados que devo ter,sempre reparei que quando pratico esporte ou o clima esta mas frio meu edema diminui, e lógico qunado tomava uma cerveja a mas o edema almentava, mas hoje ao saber e buscar imformação foi a 1ºvez que vejo que uma dieta pode me ajudar hoje estou com 45 anos, mas o edema tem aumentado, o uso de diurético ajuda a reduzir o edema mas tem alguma efeito colateral?
ResponderEliminarGostaria de lhe responder mais detalhadamente. Não sei se mora em Portugal mas se assim for contacte a Associação de Doentes Linfáticos (www.andlinfa.pt ou por mail info@andlifa.pt
EliminarObrigada pelo comentário
para linfedema em geral (embor haja um in foco para linfedema pós cancro)
ResponderEliminarGostaria de mais informações. Minha filha tem 9 anos portadora de síndrome de Turner. Linfedema inferior médico ontem nos desanimou. Não deixou nem esperança de tratamento ou diminuição.
ResponderEliminarMuito boa noite
EliminarNão sei de onde está a escrever-nos
e peço desculpa por só agora ter visto a sua mensagem
Se assim entender pode contactar
+351 911 949 409 (é também numero de whatsApp)
O Tiago também tem a mesma Sindrome do seu filho
http://l-de-linfa.blogspot.com/2015/03/a-coragem-que-o-tiago-nos-da.html
Pilates tem me ajudado muito
ResponderEliminartente estar connosco on line
Eliminarhttp://l-de-linfa.blogspot.com/2020/11/a-linfa-esta-on-line-exercicio-fisico.html
Olá bom dia Sou de SP Brasil
ResponderEliminarA 33 a nas atrás desivolvi linfaedema
A 20 A nas tomo remédio o nome é DIOMIN nunca tive orientação mutricional. Eu pesquiso e quando mudo minha alimentação eu tenho uma boa melhor a mais tem vez q relaxo aí vem coM tudo só por DEUS.
obrigada pelo sei comentário
Eliminarveja tamb~em
http://l-de-linfa.blogspot.com/2019/02/alimentacao-mediterranica-no-linfedema.html
e pesquisa no separador "nutrição"
Olá boa noite tenho linfodema há mais de 10 anos agora q vim descobrir a doença e sofro muito com inchaço o desconforto depois de longas horas de trabalho com uma bota super desconfortável fora as piadinhas de mal gosto como por ex:pé de elefanta��
ResponderEliminarBom Dia
EliminarNão tem de se sentir mal, as pessoas que fazem esses comentários fazem-no porque são ignorantes.
O linfedema é uma doença cronica (ainda não tem cura) mas pode ser controlada porque tem tratamento
junte-se a outros doentes com linfedema
Pode também fazer exercício online
http://l-de-linfa.blogspot.com/2020/11/a-linfa-esta-on-line-exercicio-fisico.html
ola boa tarde eu sou portadorra de lenfedema a 16 anosfaco acompanhamento medica sempre estava mesmo desanimada mas depois que a medica indicou a meias me ajudou muito,so que agora esta aparecendo na minha filha me ajude como fazer pra não chegar num situação grave.
ResponderEliminarsim o linfedema pode ser hereditário.
Eliminaralguma questão pode colocar através do email l.de.linfa@gmail.com