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Lisboa 44ºC !

Quando a temperatura  ronda os 44ºC só podia seguir o conselho que a Lymphoedema Ireland colocou no meu Twitter...: As minhas meias de compressão foram directamente para o congelador...sensação óptima  J J J, embora não dure para sempre L
Mas, mais vale um pouco do que nada JJ.
twitter.L de linfa

Recomendações nutricionais na presença de Linfedema

Inês Carretero
Nutricionista
O linfedema é um problema de saúde que não deve ser negligenciado, uma vez que afeta diversos doentes, especialmente com cancro de mama ou em remissão, invariavelmente com uma associação e impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e respetivas famílias. Estudos recentes remetem o linfedema secundário ao cancro de mama como um dos mais angustiantes e temidos efeitos tardios que normalmente pode ocorrer entre 1 a 5 anos ou mesmo 20 anos após o tratamento do cancro.

A nutrição assume um papel preponderante na prevenção e controlo do linfedema. Existem diversos fatores de risco modificáveis como a hidratação, o moderado consumo de proteína, a inflamação e stress oxidativo, higiene e segurança alimentar, o sedentarismo, presença de excesso de peso e obesidade, o colesterol elevado, o reduzido consumo de fibra e presença de uma dieta rica em sal, gordura e hidratos de carbono simples. Ao contrário dos fatores de risco não modificáveis como a mastectomia, a extensão da cirurgia axilar, o número de nódulos linfáticos positivos e a quimioterapia/radioterapia prescrita, a nutrição é uma ferramenta importante no sucesso do tratamento e prevenção do Linfedema. 

O excesso de peso e obesidade são conhecidos como dois dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de linfedema, com uma associação positiva para recorrência e sobrevivência no cancro da mama. Acresce a hipótese de existir uma forte associação entre a redução calórica e a implementação de um regime de perda de peso com a redução do volume do linfedema dos membros superiores. 

Deste modo, existem diversas recomendações nutricionais gerais para o controlo do linfedema, especialmente quando associado ao cancro da mama. Tenha especial atenção às dietas milagrosas e regimes de perda de peso desajustados, a dieta mediterrânica continua a ser o gold standard a adotar. Mantenha o seu índice de massa corporal (IMC) normoponderal (entre os 18,5-24,9kg/m2), mantenha a hidratação com água e infusões em detrimento das bebidas açucaradas, alcoólicas e produtos com cafeína naturalmente presente no chá, café e refrigerante como a cola. 

Fracione ao máximo as refeições ao longo do dia e ingira pelo menos cinco porções de frutas e vegetais diariamente (na proporção de 2/3). Aumente o consumo de alimentos integrais (pão, massas e cereais) e faça um esforço para reduzir o consumo de hidratos de carbono simples. É extraordinariamente importante diminuir o consumo de gordura, especialmente a gordura saturada, privilegiando deste modo o consumo de gordura monoinsaturadas como o azeite, óleo de amendoim amêndoas, azeitonas, abacate e gordura polinsaturada presente nos peixes gordos (salmão, sardinhas e cavala), sementes de linhaça, chia e frutos secos como as nozes, sempre em quantidades moderadas. Aumente ainda o aporte de fibra para uma média de 25-30g/dia e por último mas não menos importante limite o consumo de sal (<5g sal ou 2g de sódio), optando pela saudável substituição: ervas aromáticas, salicórnia, alho, cebola, cominhos.

Os alimentos detêm diversas propriedades terapêuticas, sendo por isso extremamente importante reconhecer e conjugar de forma moderada, equilibrada e variada, com o objetivo de potenciar ao máximo os benefícios nutricionais. 

Tenha especial atenção às propriedades depurativas presentes nos alimentos como a alcachofra, o limão, a beterraba, o aipo, o gengibre, o abacaxi, o pepino, os brócolos, os mirtilos, a couve, os espinafres e as cenouras.

As propriedades anti-inflamatórias poderão ser encontradas no alho, no gengibre, no açafrão e alecrim. Encontra-se também presente nos alimentos ricos em ómega 3, vegetais de folha verde-escuros, frutos secos como as nozes, a beterraba, a cebola, o azeite e por último mas não menos importante nas bagas e frutos vermelhos. 

Para promover a saúde e prevenir a doença, reforce o seu sistema imunitário através do consumo de alimentos ricos em vitamina D e vitamina C (morangos, kiwi, papaia, laranja e limão), selénio, zinco, cogumelos, iogurte, kefir, cebola, gengibre e alho. 

texto de:
Inês Carretero
R.DN, R.N, M.Sc.
2182N
Nutricionista do Mama Help 
Nutrição Oncológica 



Referências bibliográficas:

  • Patterns of Obesity and Lymph Fluid Level during the First Year of Breast Cancer Treatment: A Prospective Study, 2015.
  • Nutrition Considerations in Lymphedema, The benefits of a balanced diet, 2015. 
  • Patterns of Obesity and Lymph Fluid Level during the First Year of Breast Cancer Treatment: A Prospective Study, 2015.
  • Cancer-related lymphedema: evolving evidence for treatment and management from 2009 to 2014, 2014.
  • Lymphatic vessel insufficiency in hypercholesterolemic mice alters lipoprotein levels and promotes atherogenesis, 2014. 
  • General Nutrition Guidelines For The Patient With Lymphedema, 2012. 
  • Effect of vitamins C and e on antioxidant status of breast-cancer patients undergoing chemotherapy, 2012. 
  • Conservative and Dietary Interventions for Cancer-Related Lymphedema, 2011. 
  • Randomized controlled trial comparing a low-fat diet with a weight-reduction diet in breast cancer-related lymphedema, 2007. 
  • Oxidative stress in chronic lymphoedema, 2001. 

Exercício Fisico para sobreviventes de Cancro de Mama - Nordic Walking


















No passado dia 28 de outubro foi publicado, no Journal of Physical Therapy Science, um estudo que teve como objectivo verificar os efeitos do Nordic Walking|Caminhada Nórdica e Caminhada, nos sobreviventes de cancro de mana, tendo para isso sido controlada a perimetria e a retenção de linfa.

Este trabalho contou com técnicos do Departamento de Medicina e Ciência do Envelhicimento e do Departamento de Ciências Médicas, Orais e Biotecnológicas, da Universidade de Chieti-Pescara, do Sportlab (um laboratório de medicina Desportiva), do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Cagliari  e com Cristina Gonzalez Castro, que já aqui tinha sido referida,   quando partlhei convosco o artigo sobre Nordic Walking” no tratamento do linfedema primário e secundário.

Na conclusão, a que estes técnicos chegaram, pode-se ler que o Nordic Walking, só por si ou combinado com outras técnicas, deve ser prescrito não só para prevenir o linfedema dos membros superiores como forma de tratamento.

O artigo, publicado Journal of Physical Therapy Science, pode ser lido na sua totalidade aqui.


Nordic walking - Linfedema e Lipedema

O exercício físico faz parte da nossa vida, tendo a patologia ou não, é essencial manter uma vida activa. Segundo a American College Sport Medicine, devemos praticar no mínimo 30-60 minutos de actividade física, com uma intensidade moderada (cinco dias por semana) ou então 20-60 minutos de actividade física com uma intensidade vigorosa.

Existe várias maneiras de praticar exercício físico, mas com limitações oriundas do linfedema e/ou lipedema, até andar pode ser difícil. Sendo assim, começa-se a associar o Nordic Walking à patologia. Não só, porque tem o suporte dos bastões mas porque a actividade física faz parte da terapia do descongestionamento linfático.

O Nordic Walking, tem vindo a ganhar popularidade na Europa, em especial na Finlândia. Esta modalidade, consiste na caminhada em qualquer terreno com auxilio de dois bastões. Começou a ser usado nos países Nórdicos, como forma de manter o treino dos esquiadores durante as estações de temperaturas mais quentes. Este tipo de caminhada liberta parte do esforço usado nos membros inferiores, passando para os membros superiores e o tronco. O dispêndio calórico é 46% superior ao da caminhada normal.

Sendo mais específico, o Nordic Walking, melhora o desconforto articular nos ombros, diminui a compressão dos discos vertebrais, favorecendo assim a postura corporal. Neste tipo de caminhada, os triceps são os músculos mais usados, sendo que os membros superiores são sempre mais solicitados do que qualquer outra parte do corpo, assim, poderá aliviar o desconforto nas articulações dos mesmos. Sobre os membros inferiores, as pernas são menos usadas, pois em vez de se usar os pés como apoio, o peso do corpo distribui-se pelos quatro apoios.
Neste tipo de caminhada, os bastões devem manter um ângulo de 45 graus com o solo. A extremidade do bastão deve manter-se atrás da linha do corpo. O movimento com os bastões, tem três fases. Numa primeira fase, a mão que segura o bastão da frente adopta uma posição. Numa segunda fase, o apoio do bastão no solo ajudará a impulsionar o centro de massa. Na terceira, o braço de trás deve ficar paralelo ao bastão e a mão deve relaxar, estendendo os dedos. Existem os bastões ajustáveis e os fixos. Os ajustáveis, permitem ao praticante encontrar a altura correta, mas têm a desvantagem de implicar mais vibração ao entrar em contacto com o chão. Um praticante experiente deve ter o bastão a 90 graus de flexão, ao contrário do menos experiente, que deve ter menos de 90 graus. Para determinar o comprimento do bastão multiplique a sua altura por 0,68cm.


Gonçalo Nunes
Aluno da ESDRM|
Escola Superior de Desporto de Rio Maior

fonte da imagem: aqui

Falando sobre moda

Para quem tem linfedema, ou lipedema, sabe que moda é algo que não é fácil de aplicar.

"os sapatos da minha avó"
muito confortáveis, acrescento 
J
Dificilmente  compro umas calças ou uns sapatos.

Não perco tempo a olhar para montras, sei que não têm resposta para mim. E, quando encontro algo que seja minimamente aceitável decido, no caso dos sapatos, comprar logo mais de um par (apliquei mal o tempo verbal... deveria ter dito "decidia comprar"... faz já muito tempo que uso os meus Louboutin ou, como também designo os sapatos que calço,  "os sapatos da minha avó", é assim que carinhosamente defino o modelo que já a minha avó usava e que, sem dúvida, é um excelente avanço na minha moda... cheguei a usar, de inverno e de verão, os sapatos pós cirúrgicos.

jeans do estilista Jacob Cohen
Recentemente fui conduzia para o blog de uma cantora húngara, Andrea Gerak, e foi interessante constatar que também ela, com linfedema secundário, à semelhança de outros blogs  pelos quais tenho passado, tem um apontamento sobre moda. Neste blog fala-se de uma solução numa das peças onde também não é fácil uma solução: as jeans. Fiquei francamente agradada por ver que estilistas como Jacob Cohen estavam envolvidos em soluções de vestuário para linfedema.


Não são só os designers de moda italianos que dão soluções em vestuário inclusivo. Ao conversar com o Prof Miguel Ângelo Carvalho, Universidade do Minho, fui agradavelmente surpreendida com o projeto em que está envolvido, o da adaptação de jeans às funções do dia a dia, evitando assim problemas circulatórios...

O nome da Universidade do Minho é ainda uma referência no projeto que também tem o nome do engenheiro têxtil Miguel Ângelo Carvalho, quando se fala de vestuário inclusivo (para acamados ou pessoas com mobilidade em cadeira de rodas).

Para que visualizem o que aqui refiro, à margem das soluções para o linfedema e lipedema, deixo os link's que têm um cunho de Portugal: o do projecto das jeans (FYT) e o do vestuário inclusivo (we adapt).



SMOVEY® o versátil aparelho de exercício para todas as idades



Benefícios de praticar exercício com Smovey® em patologias como o Linfedema e o Lipedema

Os músculos e as articulações que não são usados ficam deteriorados.

Em todas as patologias crónicas um dos pilares para se alcançar e manter o bem-estar é, sem dúvida,  a prática, de preferência, diária de exercício físico, quer seja em casa, com um grupo, ou no exterior.

Pequenos movimentos regularmente executados libertam os espasmos das articulações, dos ligamentos e dos músculos. Com a prática diária de exercício, activam-se os sistemas circulatório e linfático e a estimulação   senso-motora mantêm-nos leves, ligeiros e em forma.

Normalmente todos temos o hábito de utilizar uma série limitada de movimentos corporais que dificilmente exploram a capacidade que o corpo tem de alcançar mais alto/mais acima e de mais rotação. Como não exploramos as máximas capacidades físicas que as nossas articulações permitem, as nossas cápsulas articulares encolhem, diminuindo ainda mais os nossos movimentos. Para compensar esta diminuição de mobilidade adquirem-se padrões de movimentos ou de trabalho manual errados o que resulta numa maior perda de flexibilidade do nosso sistema locomotor.

No caso do linfedema secundário, devido à existência de cicatrizes, aderências e, por vezes, de dor, é muito importante começar-se por exercícios suaves e equilibrados para que, dentro do possível, se consiga  alcançar por completo o padrão de movimentos habitual. 

Ao executar-se, suavemente, movimentos balanceados até se alcançar a posição máxima permitida pela nossa articulação, o nosso corpo consegue melhorar rapidamente a sua liberdade de movimentos. 

Através da prática regular de exercícios com os smovey, treina-se a ressonância bilateral dos braços e a velocidade dos anéis vibratórios activa quase todos os músculos e articulações do corpo, levando à estabilização e equilíbrio de todo o corpo.

O exercício com o smovey  pode ser desenhado individualmente. Intensifica a activação do fluido linfático, a mobilização da circulação e das articulações  e, simultaneamente,  treina os músculos e melhora o estado geral.

Na associação do lipedema com excesso de peso, muitas vezes se verifica uma severa redução na capacidade de movimento. Nestes casos ainda é mais importante a existência de um instrumento com capacidade para aumentar o ritmo cardíaco e o sistema circulatório, sem exigir em demasia que se esteja de pé ou a caminhar. Conseguir eliminar calorias armazenadas de forma divertida e segura é também muito importante.

Não é necessário ir ao ginásio. O exercício com smovey pode ser praticado num parque, no jardim, na sala de estar etc.

O Smovey é muito divertido para praticar sozinho ou em grupo e as pessoas ficam surpreendidas com o que este pequeno aparelho pode alcançar e proporcionar.

Acrescido ao exercício habitual, a prática de smovey pode também ser uma mais valia para os desportistas.

É também de recordar o efeito que produz o lançamento dos anéis vibratórios sobre os músculos doridos. 
 Texto de Monika Willkinson
Fisioterapeuta
smovey coach










tradução: Fernanda Aboim Chaves

Linfedema e Treino de Resistência Muscular


“A solução tanto para a permanência como para o alcance é pegar em algo na sua vida que pode controlar e começar a agir nesse sentido. À medida que for fazendo, algumas das suas crenças limitativas vão desaparecer.”
                                                                                                                                Anthony Robbins

O desenvolvimento ou agravamento do linfedema é uma grande preocupação das mulheres com cancro da mama e essa preocupação limita a realização de atividade física e, principalmente, a realização de exercícios de resistência para ganho de força muscular. 
As recomendações que são dadas para a prevenção do desenvolvimento do linfedema muitas vezes entram em confronto com a prática de atividade física, principalmente no que toca ao “carregar pesos” e às cargas mínimas recomendadas. 
Acontece que, “carregar pesos” no dia-a-dia, muitas vezes de uma forma inadequada ou mantida é diferente de realizar um programa de exercícios com treino de resistência para ganho de força. 
As recomendações para prevenção que são dadas, tornam-se generalistas, pouco adaptadas e é
Ft Sara Rosado com Adelaide de Sousa
no programa Faz Sentido
certo que ainda não se sabe ao certo porque é que há pessoas que desenvolvem linfedema mesmo tendo todos esses “cuidados” e pessoas que, tendo ou não esse tipo de precauções, não desenvolvem linfedema.

Agora, o que nos diz a evidência científica recente sobre o risco de desenvolver linfedema no cancro da mama e a realização de um treino de resistência para ganho de força muscular?
Foi recentemente publicada (2016) uma revisão sistemática (tipo de investigação científica que reúne criteriosamente vários estudos originais, sintetizando os resultados e avaliando criticamente a sua qualidade através de estratégias que limitam vieses e erros aleatórios) que teve como objetivos:

1. Sumarizar os resultados de RCT’s (estudos randomizados controlados) recentes que investigaram o efeito dos exercícios de resistência em pessoas com cancro da mama, com linfedema ou com risco de desenvolver. 

2. Determinar se os sobreviventes ao cancro da mama conseguem realizar um treino com exercícios de resistência com intensidade suficiente para causar ganhos a nível da força muscular sem haver um agravamento ou surgimento do linfedema associado ao cancro da mama.

Resultados: Esta revisão incluiu seis estudos randomizados controlados, envolvendo 805 sobreviventes ao cancro da mama. Os estudos incluídos vão de encontro aos objetivos desta revisão e aos critérios de inclusão, apresentando uma boa qualidade metodológica (aproximadamente 7 em 10 na PEDro scale). 

Os resultados desta revisão indicam que os sobreviventes ao cancro de mama podem realizar exercício de resistência a intensidades suficientemente altas para provocar ganhos de força muscular sem desencadear alterações no estado do linfedema.

Conclusão: Evidência forte indica que os exercícios de resistência produzem ganhos significativos na força muscular sem desencadearem linfedema associado ao cancro da mama.

Texto de fisioterapeuta Sara Rosado, adaptado do artigo: Nelson NL. Breast Cancer – Related Lymphedema and Resistance Exercise: A Systematic Review. J Strength Cond Res. 2016.
A evidência científica tem-nos demonstrado a importância do exercício durante e após os tratamentos para o cancro da mama e tem vindo a dar relevância à questão do linfedema, indicando que mesmo o exercício de resistência não demonstra ter um impacto negativo neste problema e que ainda se pode ter ganhos significativos na força muscular.
Se fez esvaziamento ganglionar axilar, tem risco de desenvolver linfedema e isso poderá acontecer, no entanto, não há uma relação entre a realização de exercício físico e a incidência do linfedema.
Atenção, os programas de exercício físico devem ser rigorosamente adaptados à pessoa, à sua condição física e clínica. Um programa de exercício físico mal elaborado e mal executado aumenta o risco de lesões ou agravamento de outros parâmetros clínicos, tal como em indivíduos sem doença oncológica.

“Por trás de tudo o que pensamos, vive aquilo em que acreditamos, como supremo véu dos nossos espíritos.”
                                                                                                                                António Machado

Às vezes é preciso desmistificar, reavaliar crenças, duvidar, questionar e selecionar criteriosamente a fonte de informação. 

A sua saúde também está nas suas mãos!

Fisioterapeuta Sara Rosado
fonte:


SMOVEY® - A saúde nas suas mãos


Monika Wilkinson é fisioterapeuta, especializada na área linfática e tem exercido a sua profissão na Grã Bretanha e também na Alemanha. No entanto, foi na qualidade de treinadora de smovey® que apresentou este equipamento, num workshop dirigido aos alunos da ESDRM | Escola Superior de Desporto de Rio Maior. 

O smovey® é um produto patenteado que "nasceu", em 2006, na Áustria, pela necessidade de um doente combater a sua doença, diagnosticada em 1990, como Parkinson. Hoje em dia os smovey® são utilizados não só como efeitos terapêuticos mas também como um equipamento que permite a pessoas saudáveis momentos e benefícios que estão comprovados. 

Porque a praticada de exercícios com o smovey® tem benefícios no sistema linfático, a ANDLinfa | Associação Nacional de Doentes Linfáticos dinamizou este encontro que decorreu com grande interesse por parte de quem teve oportunidade de estar presente (ver um pequeno video e algumas fotos, abaixo).

Informações complementares, p.f., contacte info@andlinfa.pt






Para o reconhecimento do DIA MUNDIAL DO LINFEDEMA



dia mundial do linfedema
6 de março

Está a decorrer uma petição para  o reconhecimento do Dia Mundial do Linfedema. Lanço daqui o convite a cada um de vós, que sentir estar nesta causa, para subscrever esta petição.

No texto da petição pode ler-se, grosso modo, o seguinte:

Porque necessitamos de um dia do Linfedema:

É dada grande atenção à batalha contra o cancro. No entanto, a maioria das pessoas nunca ouviu falar de linfedema, que pode surgir no seguimento do cancro. Ouvimos falar pouco de crianças que nascem com má formações linfáticas ou aqueles que herdam linfedema. Há um silêncio sobre a questão dos veteranos feridos de guerra, vítimas civis e outras pessoas que sofrem de linfedema devido a trauma físico ou como resultado de intervenções cirúrgicas. Muitos sofrem sozinhos. Também muitos médicos permanecem sem formação sobre esta doença e que subestimam o impacto devastador que  esta doença tem sobre a qualidade de vida de uma pessoa. Muitos permanecem  sem o cuidado terapêutico necessário. E esta tragédia é agravada quando o governo e seguradoras privadas de saúde negam a cobertura pacientes, mesmo quando há tratamentos universalmente aceites para esta doença.

A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 150 milhões de pessoas no mundo têm linfedema secundário, enquanto o National Institutes of Health (NIH) afirma que a incidência de linfedema primário poderá ser tão alta quanto 1 em 300 nascidos vivos. 

Dos 1,4 bilhões de pessoas em 73 países ameaçados por filaríase linfática, também conhecida como elefantíase, 120 milhões estão atualmente infectadas e 40 milhões destes pacientes estão desfigurados e incapacitados pela doença. 

Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) adverte que a incidência de linfedema secundário entre sobreviventes de câncer está entre 20-40%. 
Estima-se que há 10 milhões de pessoas com linfedema nos Estados Unidos, de acordo com a Universidade de Stanford. Isto representa mais americanos do que aqueles que sofrem de SIDA, doença de Parkinson, distrofia muscular, esclerose múltipla e ALS-esclerose lateral amiotrófica. Por último referimos que, o processo contínuo de doenças afectadas pelo sistema linfático inclui doenças cardíacas, SIDA, diabetes, artrite reumatóide e a metástase de cancros.

Pode-se ainda ler, no texto da petição...

A mensagem  é clara:

"Linfedema e doenças linfáticas estão preste a assumir o seu lugar como prioridades internacionais."

Os dias de sermos invisível acabaram

Juntos, nós anunciamos Dia Mundial do linfedema que será celebrado em 06 de março. 


Vamos mostrar que todos os países ao redor do globo apoia esta causa. LE & RN e seus membros internacionais estão convidando os pacientes, seus familiares e amigos, advogados, políticos e profissionais de tratamento de todos os países para fazer ouvir as suas vozes ao assinar a petição para reconhecer o Dia Mundial Linfedema.


Cirurgia linfática | Dra. Catarina Hadamitzky

Dra. Catarina Hadamitzky
A cirurgia linfática moderna, embora praticada há mais de duas décadas, é na sua grande parte ainda experimental. Isto é devido ao facto de terem sido realizados relativamente poucos estudos científicos no que diz respeito aos resultados e indicações clínicas para estas intervenções. Em regra geral, a cirurgia linfática está mais bem estudada para linfedemas secundários (por exemplo depois de um tratamento de cancro) do que para linfedemas primários (de origem genética, e surgindo frequentemente em idade infantil). Assim, há determinados parâmetros clínicos e radiológicos que deixam pressupor boas hipóteses de melhoramento através de uma intervenção cirúrgica. O problema é que não há soluções universais para o linfedema. Dependendo das causas, do grau de fibrose dos vasos e do estado clínico do doente há diferentes cirurgias que podem ser necessárias. Devido à complexidade técnica das diferentes operações possíveis, só raros centros na Europa oferecem todo o espectro da cirurgia linfática (sabem fazer todas as operações possíveis). A grande parte dos centros dedicados à cirurgia linfática oferece um só tipo de cirurgia, pelo que cabe actualmente aos doentes avaliar previamente qual sera o tipo de intervenção que lhes pode trazer benefícios.

A primeira avaliação que o doente deve fazer, é perguntar-se se de facto deseja uma intervenção cirúrgica. A terapia sintomática do linfedema, consistindo numa compressão de classe III sob medida e drenagem linfática em intervalos regulares, higiene cutânea, mantimento do peso através de uma alimentação equilibrada assim como  exercícios, pode ser uma opção bem tolerada. Se a/o doente pensar que nao se importa de viver da forma necessária para manter o linfedema sob controlo, então nao há necessidade de uma intervenção cirúrgica.

No caso de haver um grande desejo de tentar melhorar o linfedema através de uma intervenção cirúrgica, então deverão ser considerados os seguintes factores:

Bons candidatos para um transplante de gânglios linfáticos em retalho livre (gânglios linfáticos do próprio corpo transplantados sob o microscópio) são doentes com um linfedema secundário a uma cirurgia de um tumor em que tiveram de ser retirados os gânglios linfáticos que drenavam o tumor, ou doentes que tenham sido tratados com radioterapia. Importante é que esses doentes estejam livres do tumor, ou seja, tenham sobrevivido ao cancro e não tenham mais nenhum tumor activo. Por vezes um agravamento do linfedema pode ser um sinal de que o cancro voltou. Para esta cirurgia é necessária uma longa anestesia geral, pelo que a intervenção só pode ser realizada em doentes que não tenham doencas graves que impeçam esta anestesia. Se o linfedema estiver num grau avançado, então não pode ser curado, só melhorado pela cirurgia. Os casos de cura só acontecem em 40% dos casos de linfedema grau II (graus da sociedade internacional de linfologia). Este tipo de transplante pode ser combinado com uma reconstrução mamária com tecido da barriga feita em simultâneo na mesma cirurgia.

Bons candidatos para uma anastomose linfo-venosa em supermicrocirugia (só a nível capilar! Nao as anastomoses linfo-venosas a nível dos grandes colectores praticadas pela escola italiana que têm muito maus resultados nos estudos clínicos prospectivos mas continuam a ser praticadas às centenas) sao linfedemas primários ou secundários de baixo grau ou bastante localizados (por exemplo só mama, ou só dorso da mão) que ainda tenham actividade linfática funcional no exame com verde de indocianina (Máquina PDE – ainda não existente em Portugal – 2015 - mas disponível nos centros europeus dedicados ao linfedema). Em casos de linfedema do membro inteiro terão de ser realizadas múltiplas anastomoses para ter um resultado geral pois as supermicrocirúrgicas só afectam cerca de 10 cm de tecido à volta do sítio onde se fez a anastomose. Esta cirurgia pode ser feita com anestesia local do membro e é por isso também adequada para doentes que nao estejam em medida de receber uma anestesia geral.

Bons candidatos para uma lipectomia de Brorson são linfedemas muito avançados que já não tenham possibilidades de cura, e que estejam bem tratados com a terapia conservadora de forma a já não terem componente líquida (ausência de marca na pele quando se empurra o polegar durante um minuto contra o edema – sinal de godet). Como o linfedema causa uma inflamação permanente dos tecidos , dá-se uma deposição de gordura que não sai com a drenagem linfática e com a compressão. Por isso pode fazer-se esta cirurgia paliativa. Depois da cirurgia os doentes tem de fazer compressão do membro tratado até ao fim da vida, dado esta intervenção ser dirigida à redução de volume, e não ao tratamento da causa do linfedema. Mas permite uma redução drástica com adaptação de compressão adequada e bons resultados a longo termo para doentes que cumpram religiosamente a obrigatoriedade de compressão pós –operatória.

Também é de citar que a lipossucção é a terapia de eleição nos casos de lipedema, mas não a lipossucção normal com cânulas de 1 cm de diâmetro, mas sim a liposucção linfática que previne o aparecimento de linfedema à posteriori.

É também importante considerar a terapia cirúrgica das feridas em contextos de linfedema, que, quando bem feita, permite salvar os doentes de uma amputação.

Depois em casos selecionados podem ser aplicadas solucoes mistas como o uso de anastomoses linfo-linfáticas em combinação com os retalhos ou tratamento por lipossuccao localizada depois de restablecimento da funcao linfática por outra cirurgia. Mas isso são decisões mais complexas que têm de ser tomadas no contexto individual.

O mais importante para cada doente com linfedema é o desejo de se informar. O linfedema, assim como o lipedema e algumas malformações vasculares congénitas, são um grupo de doenças que entraram no século XXI sem ter uma terapia estabelecida. Por isso, muitas vezes os doentes estão muito melhor informados que os seus médicos. Mas enquanto cidadãos europeus, os Portugueses têm o direito a receber cuidados de saúde em qualquer país da união Europeia, desde que se trate de uma intervenção que não pode ser oferecida em Portugal, ou que não venha a estar disponível num intervalo de tempo compatível com o estado de saúde do doente. A lei europeia estabelece o direito dos cidadãos com seguros de saúde públicos a receberem assim cuidados noutro estado membro. Para isso tem de ser feito um contacto individual e exposição do caso junto dos responsáveis do serviço nacional de saúde, e depois de aprovação será emitido um formulário E112 ou S2 para uma determinada intervenção e por vezes para um determinado médico. Esse formulário terá de ser entregue então à seguradora do país para onde se pretende viajar (se houver várias pode-se escolher). E depois o doente pode ir ao centro que escolheu e ser tratado no âmbito coberto pelo seguro público.
No caso de seguros privados é muito menos complicado, basta pedir um orçamento para uma determinada cirurgia ao hospital para onde se pretende ir, e depois submeter ao seguro, é aprovado, e o doente vai.

Texto de: Catarina Hadamitzky

Dr. Catarina Hadamitzky
Coordenadora do programa europeu www.elymph.com
Médica especialista em cirurgia reconstrutiva e microcirurgia, dedicou-se desde o início da sua carreira à investigação dos vasos linfáticos e do linfedema. Os seus projectos incluem a investigação de soluções cirúrgicas para o linfedema, desenvolvimento de novos modelos animais para o estudo do linfedema, assim como investigação de processos fisiológicos e morfológicos assim como variações anatómicas dos gânglios linfáticos humanos.

contactos:

Dr. med. Catarina Hadamitzky
Cirurgia plástica e estética, microcirurgia reconstrutiva,
patologias linfo-vasculares e edemas



consultas online (telemedicina) muito em breve na página:

Nordic Walking | Caminhada Nórdica | Próximo sábado

Venha à Quinta das Conchas, Lisboa, para tomar contacto com esta atividade, que conta com a colaboração da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.

Esta iniciativa é da ANDLinfa|Associação Nacional de Doentes Linfáticos, no entanto está aberta a todos.

Para mais informações contacte: info@andlinfa.pt


este folheto será distribuído no evento

O misterioso garrafão de vidro azul

As conversas sobre a água e os seus benefícios tornaram-se uma constante, enquanto as sessões de drenagens iam evoluindo. Os olhos da Monika, a terapeuta, brilhavam de entusiasmo enquanto explicava a importância de bebermos água pura e dos malefícios que encerra bebermos água engarrafada em plástico….

Todos aprendemos que o nosso corpo é composto por uma grande percentagem de água, mas confesso que não sabia que em, mais ou menos, 20 dias renovamos totalmente todo o líquido que o nosso organismo contém. 

Luto quase que diariamente para beber água, já usei uma série de métodos para não me esquecer de tomar os 2,5 litros que são aconselhados, tanto mais que sei que é essencial para mim, como doente de linfedema. Mas, tenho de confessar que não consigo saborear o precioso líquido, de que tanto gosto, sem que daí advenha uma crise de refluxo gástrico. 

Se pensarmos que o ser humano apenas deve beber água pura e se pensarmos que 93,5% da água existente no planeta é salgada, não nos restam dúvidas que apenas uma ínfima parte está disponível para o nosso bem. Também por isto não podemos deixar de ficar muito pouco confortáveis quando nos apercebemos como tratamos, comercializamos e privatizamos este bem que é de todos e que, só em cada um de nós, está presente em 2/3.

























Com a certeza que todos os dias bebemos um cocktail a que chamamos água e que bebermos água, água pura, é fundamental para a nossa saúde todos os pacientes desta terapeuta, que tive o privilégio de conhecer este ano, tinham como presente, no final de cada sessão de drenagem, um grande copo de água pura. Dizia ela meio tímida, mas determinada: "Esta eu tenho a certeza que bebem!"

Um belo dia, já depois dos primeiros tratamentos de drenagem linfática, chego ao meu quarto e, ao abrir a minha mala das ligaduras, deparo-me com um lindo garrafão azul. Intrigada questionei a Monika, que assertivamente me explicou que deveria de beber sempre água pura, acrescentando que sabia que isso não me seria sempre possível mas, pelo menos enquanto estivesse ali internada, ela iria tornar possível essa possibilidade. Foi assim que... para além da imensa panóplia de ligaduras, placas de espuma e outras ajudas para a minha drenagem, passei também a ter uma outra ajuda muito importante, encerrada num misterioso garrafão azul: água pura.

Mais tarde apercebi-me que a Monika faz parte de um projeto , que, em forma de associação, tem por missão, em primeiro lugar, dar a todos os cidadãos as informações corretas sobre a água e, paralelamente, educar sobre a função da água no nosso organismo, dando uma definição concreta dos parâmetros que definem a qualidade da água potável.

Por último gostaria de partilhar convosco alguns dos links que me foram facultados por esta terapeuta e que se tiverem oportunidade de ver, decerto que vão pensar sobre esta temática

  • Água Fonte de Vida
  • a world without water (reparo agora que este video já não está disponível. Mas partilho convosco o que mais me impressionou|arrepiou: os habitantes de uma povoação da América Latina a lutavam por um pouco de água depois das suas terras terem ficado completamente áridas, após a construção de uma fábrica de Coca Cola (indústria que necessita de muitos recursos hídricos...)
  • What is the photograph of frozen water crystals?
Poderia partilhar ainda outros videos, que me foram facultados no passado mês de março, mas, estranhamente, também aqueles, à semelhança de "a world without water" foram retirados do youtube!!

Um convite para visitarem o blog da pequena Lucy








A Lucy nasceu em 2012 e, como os pais referem, nasceu com os dez deditos das mãos e dos pés, só que os deditos dos pés estavam inchados e só depois de meses de exames, é que descobriram o porquê do inchaço dos membros inferiores da sua segunda filha: a Lucy sofre de linfedema primário.

Com o blog que criaram estes pais partilham, de uma forma positiva, o dia a dia da família, onde a pequena Lucy juntamente com o seu irmão Max, são as estrelas e os heróis das brincadeiras lá de casa.

Aqui o convite para visitarem o blog da pequena Lucy.

                                                                                                                                            apontamento: Manuela








Nordic Walking - benifícios no tratamento do linfedema


Descobri a Caminhada Nórdica (Nordic Walking) em 2013, durante o meu tratamento do linfedema, na Floresta Negra.

Ao encontrar um artigo no "The european journal of limphology and related problems", vol.24 – nº 69 - 2013, sob o tema "Brief overview of the benefits of Nordic Walking in the treatment of primary and secondary lymphœdema", não poderia deixar de partilhar com cada um de vós, a minha "descoberta" e, com a ajuda de uma amiga, torná-la acessível a todos os portugueses.

Aqui fica, abaixo, a tradução do documento e um convite à prática da Caminhada Nórdica (Nordic Walking)



imagem daqui








Breve panorâmica sobre os benefícios do “Nordic Walking” no tratamento do linfedema primário e secundário

TEMA
O Nordic Walking é uma actividade física com diversas vantagens sobre outros tipos de exercícios  aeróbicos e foi proposto como uma intervenção física apropriada tanto para o linfedema primário como para o secundário. É uma intervenção viável para ser implementada em serviços de saúde. No entanto é necessário mais estudos  para se poder assentar numa recomendação geral  relativa à frequência e intensidade de programas de exercícios, consoante a gravidade do linfedema.
Palavras chave: Nordic Walking,  linfedema,  actividade física

INTRODUÇÃO

O Nordic Walking (NW) é uma actividade física actualmente em expansão na Europa e está associada a importantes benefícios para a saúde das populações quer saudáveis, quer vulneráveis. Teve origem na Finlândia, nos anos trinta, enquanto treino fora de época de esquiadores de cross-country   e foi mais tarde introduzido (1966), também na Finlândia,  em lições de educação física por Leena Jaaskelainen. Os primeiros bastões, especialmente desenhados para a prática   de NW  foram vendidos nos anos 90. Devido  à sua grande versatilidade e ao facto de ser uma actividade benéfica  para a saúde granjeou popularidade em diversos países Europeus.
Ao acrescentar um par de bastões à normal caminhada 1 a  técnica tradicional de NW trabalha o corpo de forma equilibrada,  fluida e simétrica. Os bastões são utilizados para ajudar a lançar o corpo para a frente, preservando a biomecânica  natural e correcta do padrão normal de caminhada, promovendo um bom alinhamento do corpo.

O exercício físico faz parte da terapia  de descongestionamento  linfático (DTL - Decongestive Limphatic Therapy), internacionalmente usada como tratamento standard para o linfedema 2. O presente artigo explora os benefícios fisiológicos e psicossociais e as vantagens de  implementação  do NW no tratamento do linfo-edema primário e secundário.
NW PARA TRATAR O LINFEDEMA

Foi considerado que o NW trazia benefícios  fisiológicos e psicossociais a pacientes com linfedema secundário  e com cancro da mama 3-5  e foi proposto por diversos autores para o tratamento do linfedema6-7.     
O NW foi usado com sucesso como intervenção para controlar os linfedemas primários e secundários em países como a Alemanha8 e é recomendado mundialmente, por terapeutas e associações de pacientes com linfedema, como parte de um tratamento multidisciplinar. Contudo o NW ainda é relativamente desconhecido nos países do Sul da Europa e o número de estudos clínicos nesta área é limitado. 

Tabela 1 – Benefícios e vantagens potenciais do NW no tratamento do linfedema primário e secundário (adaptado de Gonzalez Castro, 2012)











BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS 

Exercícios de corpo inteiro
A principal vantagem do NW sobre a caminhada normal é o facto de trabalhar todo o corpo pois  integra o exercício das partes superior e inferior do corpo, utilizando os principais sistemas musculares1.  O exercício da  parte superior do corpo é activado pela utilização dos bastões de NW  que impele o corpo para a frente quando se empurram contra o chão e para tráz.
Aumento da capacidade cardiopulmonar
Está comprovado que ao compararmos a caminhada normal com o NW, à mesma velocidade,  esta aumenta a capacidade cardiopulmonar pois aumenta o consumo de oxigénio e o ritmo cardíaco10-13 . Mesmo quando se pratica NW a uma velocidade mais baixa do que a da caminhada convencional sem os bastões,  a taxa de oxigenação e o ritmo cardíaco são superiores14.   Assim sendo, o NW é uma actividade ideal para aumentar a capacidade aeróbica.


Aumento da resistência da parte superior do corpo
Durante o NW a parte superior do corpo trabalha com o movimento de empurrar os bastões, o que impele o corpo para a frente. Por isso o NW aumenta a tonicidade muscular e fortalece a parte superior do corpo. É importante saber-se que diversos estudos concluíram que o NW é um exercício físico seguro para quem sofre de linfo-edema nas   extremidades superiores4-5. Um teste  aliatório de controlo em mulheres a quem foi aplicado um tratamento de pós-cancro da mama,  comprovou o  fortalecimento significativo das extremidades superiores sem exacerbar o linfo-edema  após a  prática de NW durante  8 semanas, quando comparadas com o grupo de controlo5.

Aumento do consumo de energia
Está documentado na literatura  que a obesidade aumenta o risco de se vir a sofrer de linfedema2. Como o NW  exercita todo o corpo resulta num aumento de consumo calórico quando comparado com a caminhada sem bastões 10,11,12,15e pode, por isso, prevenir/controlar/reduzir a obesidade.

Melhoria da circulação
Durante a caminhada normal os braços balançam ao lado do corpo.  Por outro lado, uma utilização correcta da técnica de NW também implica que se abra e feche a mão sobre a pega do bastão1 melhorando assim a circulação sanguínea e a drenagem linfática. Minimiza o descondicionamento físico geral  e melhora a capacidade funcional

O NW  é um exercício aeróbico de corpo inteiro com vantagens fisiológicas sobre  a caminhada convencional, sem bastões, uma vez que melhora  o fortalecimento da parte superior do corpo. Pode ajudar os pacientes de linfo-edema a adquirirem independência no seu dia a dia e prevenir o descondicionamento  físico e o aumento dos seus sintomas. 

BENEFÍCIOS PSICOSSOCIAIS
Baixa taxa de percepção de esforço
Apesar do gasto de energia ser maior durante a prática de NW, se comparado com o da caminhada convencional sem bastões, o esforço é repartido entre  as partes superior e inferior do corpo. Por isso a percepção de esforço é menor 13,15.

Facilidade de aprendizagem
O NW é uma actividade relativamente fácil de aprender pois baseia-se na biomecânica do padrão da caminhada natural convencional 1 . Tanto a intensidade como a técnica podem ser adaptados às necessidades do paciente, contudo é importante aprender a técnica correcta com um instrutor qualificado de NW.

Actividade social
O NW é uma actividade física versátil que não requere preparação física prévia e que, devido à sua baixa percepção  de esforço, é acessível a qualquer tipo de população, seja vulnerável  ou saudável e durante toda a vida. Mais ainda, o NW praticado a uma velocidade moderada ou baixa permite a conversação  sendo,  por isso, uma actividade social. 
Fácil adesão e melhoria do estatuto psicológico
Devido à sua baixa taxa de esforço, facilidade de aprendizagem e componente social é fácil para os pacientes cumprirem um programa de exercícios baseado no NW. Um estudo em mulheres com linfedema secundário  e com cancro da mama realçou os benefícios do exercício de grupo, não apenas relacionado com o programa de exercícios propriamente dito, mas também no que respeita  a melhores resultados para a auto-estima e satisfação16.   
Melhora a qualidade de vida
A prática de  NW resulta em benefícios psicológicos e psicossociais  podendo, por isso, contribuir para melhorar a qualidade de vida de pacientes com linfedema  primário e secundário.

VANTAGENS COM A IMPLEMENTAÇÃO
Actividade sustentável
A prática de NW é uma actividade social, amiga do ambiente e barata uma vez que o equipamento básico necessário é um par de bastões especialmente desenhados para a modalidade. Pode ser praticado em qualquer superfície, dentro ou fora de casa e é adequado para qualquer idade.
Fácil implementação em protocolos de cuidados médicos
O NW já foi integrado como parte do CDT no controlo do linfedema  em diversos países europeus. É uma actividade simples e barata que pode ser integrada em protocolos de cuidados médicos, enquanto parte de um tratamento  multidisciplinar para tratar e controlar o linfedema.

CONCLUSÕES

O NW é um exercício para todo o corpo com importantes benefícios psicológicos e psicossociais, quando comparado com a caminhada convencional  sem os bastões, uma vez que melhora a capacidade aeróbica e também  a força e a circulação da parte superior do corpo. Devido à sua baixa taxa de esforço e facilidade de implementação é um tipo de intervenção ideal para os cuidados de saúde.
É necessário a realização de mais estudos para determinar as recomendações gerais relativas à frequência e intensidade dos programas de exercícios, dependendo da severidade do linfedema.  O exercício físico deveria ser implementado como uma intervenção de cuidados de saúde sociais e como parte de uma abordagem  holoística para controlar o linfedemas primário e secundário. 

Tradução: Fernanda Aboim Chaves
Artigo publicadoThe european journal of limphology andrelated problems, vol.24 – nº 69 - 2013, pag 28 
Artigo de: Gonzalez-Castro da Health Promotion Association Ipar  Izarra Nordic  Walking Bilbao (Bilbao –Vizcaya, Espanha) – info@nwbilbao.com 

referências no artigo:
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4. Jonsson C., Johansson K.: Pole walking for patients with breast-related arm lymphedema. Physiother. Theor. Pract., 2009; 25: 165-173.
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9. Gonzalez Castro C.: El Nordic Walking como ejercicio físico a prescribir en pacientes afectados de linfedema secundario al cáncer de mama. Apunts Med. Esport., 2012; http://dx.doi.org/10.1016/j.apunts.2012.07.002
10. Church T.S., Earnest C.P., Morss G.M.: Field testing of physiological responses associated with Nordic walking. Res.
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11. Gram B., Christiansen R., Christiansen C., Jeppe G.: Effects of Nordic Walking and exercise in Type 2 Diabetes mellitus: A Randomised Controlled Trial. Clin. J. Sport Med., 2010; 20: 355-361.
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