O linfedema ainda não tem cura. Mas, tem tratamento.
Há cuidados que têm de ser mantidos de forma a evitar infecções.
PNF - CHI | exercício físico de baixo impacto
A primeira vez que tive oportunidade de ouvir falar sobre PNF-CHI foi através do Fisoterapeuta Nuno Duarte, foi apenas referência a esta prática possível nos Açores graças a dois colegas seus de fisioterapia.
Esta passada semana, ao visitar a APAMCM|Associação Portuguesa de Apoo à Mulher com Cancro de Mama, apercebi-me que esta atividade também era ali praticada e não hesitei em desafiar a Fisioterapeuta Cristina Alves a fazer um pequeno texto sobre esta exercício:
O exercício físico moderado e supervisionado por fisioterapeutas é parte integrante do tratamento do doente com linfedema.
O PNF-Chi é uma das formas de exercício em que o praticante não fica à mercê de forças externas, as forças geradas e mantidas por si próprio durante o movimento de auto-resistência permitem-lhe evitar a dor, procurar atingir a maior resistência, equilíbrio, coordenação, controlo respiratório, flexibilidade e força.
Assim respeitam-se as possibilidades de cada praticante, o que poderá, em alguns
Fisioterapeuta Cristina Alves |
casos, não ser suficiente para atingir a diminuição do linfedema, sobretudo nos doentes muito débeis, mas também não põe em sobrecarga o paciente, correndo o risco de sofrer uma lesão. Possibilita que o doente realize uma forma de exercício adequada às suas capacidades e beneficie do aumento da qualidade de vida proporcionada pelo exercício. Ao focar-se na realização do exercício atinge um estado de concentração, relaxamento e consciência do corpo que propiciam o bem-estar físico e também a auto-estima e confiança em si mesmo.
A prática do Pnf-Chi tem como principais benefícios: coordenar os padrões neurofisiológicos do movimento normal com o padrão respiratório, facilitar um aumento da amplitude articular, coordenação, força, resistência à fadiga, flexibilidade, equilíbrio e consciência corporal.
O que é o Pnf-Chi?
O Pnf-Chi é um exercício de baixo impacto que visa obter uma mobilização activa global, criado e desenvolvida de acordo com os padrões de movimento do corpo, coordenado com a respiração, baseada em alguns princípios do Tai-Chi e princípios neurofisiológicos do PNF (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation).
A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (em português) é um método utilizado em fisioterapia que conta com a diminuição da resistência neural através de um estímulo proprioceptivo, quando um segundo movimento é mais facilmente realizado sobre uma resposta prévia, o que se traduz na facilitação da coordenação neuromuscular.
A principal característica da FNP é usar diagonais em diversos planos e envolver várias articulações simultaneamente, tal como o Tai-Chi.
O Tai-Chi é considerado uma medicina complementar semelhante ao exercício aeróbio. Compreende relaxamento, padrões respiratórios regulares e profundos e movimentos lentos.
Os movimentos do Pnf-Chi são realizados em sentido diagonal, de forma lenta, contínua e de modo a promover a adaptação progressiva das estruturas mio-fasciais e articulares e o aumento do tempo, volume e controlo respiratório. O padrão respiratório pode ainda ser combinado com movimentos para flexão ou para extensão, conforme a intenção seja de facilitação da contracção muscular ou de alongamento das estruturas mio-fasciais. Estes exercícios são orientados e adaptados a diferentes objectivos e às capacidades individuais de cada praticante, respeitando sempre o arranjo topográfico das estruturas corporais e as amplitudes articulares disponíveis. Os músculos agonistas permitem o movimento enquanto a co-contracção dos antagonistas oferece uma forma de resistência determinada exclusivamente pelo praticante.
A fisioterapia é um importante auxílio para a diminuição do linfedema, uma mais-valia no tratamento do doente, na melhoria da sua qualidade de vida, diminuindo as despesas pessoais, psicológicas, sociais e económicas. É necessária uma resposta eficaz que represente uma abordagem holística e especialmente pensada para o utente.
texto:
Cristina Alves
O dia 28 de Outubro pelos olhos de um doente!
28 outubro 2017
Elisabete Vasconcelos |
Aqui se reuniram vários profissionais de distintas áreas, em busca de uma resposta para os portadores desta doença! De louvar, os ensinamentos e explicações sobre esta condição, mostrando a importância de uma equipa multidisciplinar no tratamento do lipedema, lipo-linfedema – desde o correto diagnóstico, às questões legais, ao estudo da célula gorda, que neste caso apresenta efeitos semelhantes aos da obesidade, mas de causas diferentes, neste caso do Lipedema, um aumento do numero de células inflamatórias e tecido adiposo!
Confesso que me emocionei com as apresentações, da forma como falaram do impacto que esta doença provoca no dia a dia das mulheres que vivem com ela. O ênfase à dor que nos acompanha constantemente e com isto, limitações que nos são impostas naturalmente por esta condição em tarefas simples, tais como na lida da casa, na escolha de hobbies e até mesmo na compra de roupa.
São constantes os sentimentos de desilusão que nos leva a estados depressivos, baixa auto-estima e sentimentos de culpa, que se repercutam muitas vezes em distúrbios alimentares, tal como é o meu caso! Senti que realmente alguém entende como é viver assim.
A importância de uma adaptação na alimentação foi realçada, pelo facto que uma dieta restritiva de baixas calorias prejudica esta condição! Incluir Ómegas 6 e 3, assim como Selénio, vai ajudar à diminuição da inflamação e fadiga, assim como manter uma alimentação saudável, baseada na dieta mediterrânica, ajuda a evitar a obesidade.
A cirurgia (lipoaspiração), foi sem dúvida uma das alternativas apresentadas para a melhoria desta condição. Foi uma das minhas escolhas há cerca de 5 anos atrás, e sem dúvida, uma das melhores decisões que fiz em quase 37 anos de vida! No entanto, existem terapias que ajudam a melhorar os sintomas! Algumas destas alternativas fazem já parte da minha vida, tais como a drenagem linfática manual, a pressoterapia, o uso de meias elásticas e de compressão, assim como a prática de exercício físico de baixo impacto tais como a hidroginástica, yoga e pilates.
O Lipedema não tem cura, mas vou decerto experimentar algumas opções de tratamento propostas pelos especialistas: Nordic Walking, exercícios com elástico, Hidroterapia, Taping, Terapia de ondas de choque, plataforma vibratória, LED, LPG, Deep Oscillation Therapy e Physiotouch. Tenho a certeza que irei encontrar alguns destes nomes em centros de Fisioterapia, ginásios.
Obrigada, por esta iniciativa, sinto que ainda há esperança de encontrar uma cura e talvez um dia, quem sabe, uma vacina para futuras gerações!
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