Caminha comigo uma hipoplasia
linfática e criei este espaço, há muito sonhado, porque acho importante
conversar abertamente sobre as questões.
Penso que, só assim, temos a noção absoluta de que não somos os únicos e,
desta forma, não temos que nos achar diferentes.
O meu linfedema primário, nos membros
inferiores, não foi imediatamente visível.
Mas, com o avançar da idade, aos vinte e tal anos, foi-se
tornando cada vez mais presente e, a par disso, outras complicações foram
surgindo que fizeram com que fizeram com que se instalasse de uma forma muito mais visível.
Perguntarão se não fui imediatamente ao médico. Sim, fui ao médico, aliás fui a muitos médicos até encontrar uma resposta mais atenta ao porquê do aumento da volumetria dos meus membros inferiores e até um dos especialistas me ter referido sem qualquer hesitação: "isso é linfedema"!
Perguntarão se não fui imediatamente ao médico. Sim, fui ao médico, aliás fui a muitos médicos até encontrar uma resposta mais atenta ao porquê do aumento da volumetria dos meus membros inferiores e até um dos especialistas me ter referido sem qualquer hesitação: "isso é linfedema"!
Falar de linfedema ou diagnosticar a patologia, ainda não é tarefa fácil no nosso país, pelo relatos que leio também não o é em muitas partes do mundo! Mas falar sobre doenças linfáticas ou doenças que afetam de certa forma o sistema linfático, é já um primeiro passo para nos darmos a conhecer.
o meu linfedema -ano2013 |
Por último gostaria de partilhar
convosco a situação mais engraçada que me aconteceu e onde senti, pela primeira vez que era necessário falar abertamente sobre linfedema, enfrentando com isso as implicações estéticas:
Foi há uns bons anos atrás, estava eu
numa paragem de autocarro, que uma criança começou a olhar para os meus pés, com uns
olhitos bem redondos, vivos e intrigados. A menina não ficou contida no seu olhar intrigado, ela espetou o dedito e lentamente
chegou-o ao meu peito do pé, tocando nele, como para se certificar se era
realmente real. A mãe ficou roborizada desfez-se em desculpas mas eu só podia
rir e tentar explicar, de uma forma tranquilizadora, àquela criança e à mãe, o porquê das minhas “almofadinhas”, o porquê dos meus pés terem um aspeto de pequenos balões!!
As crianças, na verdade são simples e deliciosas. E,
na sua inocência
e sinceridade, obrigam-nos a olhar para a realidade. Este é o meu objetivo aqui:
pretendo que falemos juntos, com simplicidade e sinceridade, das nossa vivências e experiências. Pretendo que doentes e técnicos falem do L com que se escreve linfa!
@Manuela J
jan 2014
jan 2014
l.de.linfa@gmail.com
desde julho de 2019 sou ePAG Deputy Co-Chair for PPL (Primary and Pediatric Lymphedhema)
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